blá, blá, blá,
blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá,
blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá,
blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá,
blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá...
é só isso que
escuto em minha cabeça quando tento escrever.
as palavras eram
tão amigas minhas, o que será que
aconteceu?
será que meu
mau-humor afastou elas, assim como afastou todos os meus outros amigos?
sim, deve ter
sido isso.. eu me tornei tão amarga que nem as palavras me fazem mais
companhia.
nem as letras das
canções ficam do meu lado. principalmente quando cantam: ' você partiu e me
deixou, nunca mais você voltou pra me tirar da solidão', ou quando marisa monte
susurra no meu ouvido: 'depois de varar madrugada esperando por nada, de
arrastar-me no chão em vão, tu viraste-me as costas, não me deu as respostas
que eu preciso escutar'.
pois é.. me vejo
só. me encontro sempre só. e só não existem momentos felizes.
é estranho,
porque sempre preguei a individualidade, e a independência. mas a frase
'ninguém é feliz sozinho' encaixa bem nesse momento. não to falando de namorado,
apesar de ser uma ótima ideia, mas de amigos, colegas, companheiros. gente
simples, que gosta de coisas simples, que lembre de você quando por acaso escuta
sua música favorita na esquina. na verdade, na minha vida, a pessoa já seria
importante se soubesse minha música favorita. que lembre de você quando vê um
bichinho de pelúcia na loja, e sinta vontade de te dar o presente, mesmo que
não seja seu aniversário, muito menos Natal.
me vejo só. me
encontro sempre só. e só não existem momentos felizes.
mais uma vez é
estranho, porque nunca precisei de muita coisa pra ser feliz. mas nem essa
'pouca coisa' eu to encontrando nos últimos tempos. é.. acho que ela foi embora
junto com meu bom-humor, minha simpatia, meu sorriso, que nunca foi um dos mais
bonitos, mas era de verdade.
me vejo só. me
encontro sempre só. e só não existem momentos felizes.
não culpo você,
meu 'ex-amigo'. a culpa não é sua. e sei disso, nunca disse que era.
a culpa é minha,
toda minha, não é? foi eu que me afastei. na verdade, que te afastei. pois é..
me vejo só. me
encontro sempre só. e só não existem momentos felizes.
- Olá, palavras!
Que prazer reencontrá-las! Vieram pra ficar? ooh, não? Que pena! Precisam fazer
companhia pra quem tem histórias felizes pra contar, não é? Pra quem é feliz,
pra quem gosta e sabe ser feliz. Tudo bem, eu entendo! Só me façam um favor: me
façam algumas visitas. De vez em quando preciso de sua companhia. Só quando
vocês vêm, não me sinto só e, acompanhada, me sinto feliz.
eu me coloco só,
me faço só, escolho ser só. não gosto disso, mas vivo assim. Não sei mudar.
Consegue entender? Acho que nem eu. Nem as palavras. Nem meus 'ex-amigos'. Nem
Marisa Monte, Renato Russo ou Jason Mraz. Nem suas letras, ou suas melodias que
me parecem sempre melancólicas.
eu me coloco só,
me faço só, escolho ser só. não gosto disso, mas vivo assim.. portanto me vejo
só, me encontro sempre só. e só não existem momentos felizes.