A Lua. Não tá brilhando tanto. Não pra mim.

Tá, eu vejo ela lá, brilhando.. mas não consigo ver seu brilho natural. Tá fosca, escura, estranha, diferente. 

Talvez sejam os meus olhos que estejam foscos assim. meus olhos não estão deixando eu enxergar o brilho dela 

-porque eles já perderam o brilho faz tempo- 

Mas, enfim.. melhor não falar sobre isso. É só pra constar que não tive esses dois dias de fuga da realidade esse mês. Esses dois dias que a Lua sorri lá em cima pra mim; esses dois dias que consigo esquecer tanta coisa, e ao mesmo tempo lembrar tanta coisa... esses dois dias de onde tiro forças pra continuar o mês. Até chegar o próximo dia 24/25. Não tive de onde tirar forças. A Lua não sorriu pra mim. Não brilhou pra mim. 

Estava, talvez, ocupada mais longe, distante. 

Talvez! Quem sabe? 

Talvez, também, lá pro dia quinze eu surte. Mas... aí é outra história..

''Eu andei muito perdida nesse meio tempo que passou. Acabei esquecendo certos valores, como também, deixei de lado certas pessoas. Acabei desistindo de certos sonhos, me acomodando, me acostumando com o pouco (...) Me abandonei, me deixei de lado, escondi tudo o que sinto e coloquei uma máscara. Máscara que hoje me sufoca. Porque eu não sou assim, não é esse meu objetivo e não é isso que eu quero, não é essa a vida que eu sonhei. Quero ser o alguém que eu era antes. Mais simples, descomplicada, mais amorosa, mais feliz, mais sorridente, mais verdadeira. Menos orgulhosa, menos fria, menos egoísta, menos complicada, menos superficial, menos mal humorada, menos preocupada. Quero um sorriso (...) Quero gostar, amar mais o próximo, apreciar mais o que está ao meu redor. Parar de desejar tanto, reclamar tanto, me irritar tanto. Leve, desejo mais do que nunca, ser leve (...)'' 

Iolanda Valentim.